terça-feira, 6 de maio de 2008


Parque dos poetas -Oeiras-2003

título

Este blogue é sobre uma das mais famosas poetas da história de Portugal. Neste blogue tu podes descobrir sobre a vida e obra da Sophia de Melo... Sobre a toda sua vida, seus poemas e poucas imagens. Espero que gostam porque eu gostem imenso dos poemas dela que são profundos, sobre o amor, guerra, desigualdade das pessoas. a injustiça no mundo, os sentimentos dela com o mundo....

retrato de uma princesa desconhecida

Para que ela tivesse um pescoço tão fino
Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule
Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos
Para que a sua espinha fosse tão direita
E ela usasse a cabeça tão erguida
Com uma tão simples claridade sobre a testa
Foram necessárias sucessivas gerações de escravos
De corpo dobrado e grossas mãos pacientes
Servindo sucessivas gerações de príncipes
Ainda um pouco toscos e grosseiros
Ávidos cruéis e fraudulentos

Foi um imenso desperdiçar de gente
Para que ela fosse aquela perfeição
Solitária exilada sem destino

para atravessar contigo....


Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para enfrentarmos juntos o terror da morte
Para ver a verdade para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei

Por ti deixei meu reino meu segredo
Minha rápida noite meu silêncio
Minha pérola redonda e seu oriente
Meu espelho minha vida minha imagem
E abandonei os jardins do paraíso

Cá fora à luz sem véu do dia duro
Sem os espelhos vi que estava nua
E ao descampado se chamava tempo

Por isso com teus gestos me vestiste
E aprendi a viver em pleno vento


Eu gostei imenso deste poema ´´para atravessar contigo´´ porque a poetisa descreve o amor como a luz no final do túnel. Com uma pessoa amada não temos medo de de um mundo cheio de mentiras e injustiças, de tanta dor e sofrimento.... Mas para sermos felizes primeiro temos que lutar pelo nosso destino, enfrentar a vida dura que temos a nossa frente para alcançar o nosso objectivo: Felicidade!!!! Na primeira quadra nós podemos ver como a poetisa descreve o seu amor e diz que ao lado da pessoa amada ela enfrentará o mundo, vai perder o medo de viver, juntos vão vencer a morte.... Na segunda quadra ela diz que pelo seu amor ela deixa a sua vida, o paraíso , e começa a viver de novo, vai aprender viver uma vida dura mas sem medo, porque o amor vence tudo dá-nos força para continuar a lutar. Nesta quadra, ela refere tudo o que deixou, tudo o que era bom, todas as riquezas, todos os seus segredos e mistérios, a sua vida pessoal, tudo isto sintetizado no verso: ´´e abandonei os jardins do meu paraíso´´, utilizando as metáforas ela quer mostrar a sua vida antes, que vai abandonar.

No penultimo tercete ela diz que ficou sem nada, sentia-se sozinha e desprotegida. Sentia-se sozinha num mundo tao grande, sem nada ela ia começar sua vida de novo. Num mundo tao cruel ela vai construir a vida dela, começando tudo de novo. No último tercete ela diz que o seu amado vestiu-a com seus gestos, isso quer dizer que ele deu lhe todo o seu amor para ela conseguir enfrentar o novo mundo junto a ele. Quando amamos e somos amados podemos considerar nos umas pessoas felizes e completas!!!! O sujeito poetico utiliza muitas metaforas como por exemplo :´´por isso com os teus gestos me vestiste´´. O tema deste poema é o amor. Está escrito em versos soltos, os versos que nao rimam um com o outro, com palavras mais simples de entender. O número de sílabas métricas é irregular. O assunto é amor num mundo tao cruel e cheio de desigualdade, é luta pelo seu bem e pela sua felicidade.

Na minha opiniao a poetisa atravez deste poema quer transmitir-nos uma ideia que é lutar pelos nossos objectivos apesar de tudo. Ela diz que o amor é mais belo que o paraíso, mais rico que pérolas. Se alguma vez tiveres apaixonado considera que ja viveste o seu mundo!!!

Vida e obra da Sophia de Melo


Sophia de Mello Breyner Andresen Poetisa e contista portuguesa, nasceu no Porto, no seio de uma família aristocrática, e aí viveu até aos dez anos, altura em que se mudou para Lisboa. De origem dinamarquesa por parte do pai . Frequentou o curso de Filologia Clássica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa .
Teve uma intervenção política empenhada, opondo-se ao regime salazarista e também, após o 25 de Abril, como deputada. Presidiu ao Centro Nacional de Cultura e à Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Escritores.

em suas obras, sobretudo em histórias para as crianças descreve as praias o mar como sítios de paz...

Sua obra literária baseia se na desigualdade das pessoas e a injustiça no mundo... mas sempre nos seus poemas aparece a imagem da natureza. Durante a sua juventude participou nas muitas revistas....

Na lírica, estreou-se com Poesia (1944), a que se seguiram Dia do Mar (1947), Coral (1950), No Tempo Dividido (1954), Mar Novo (1958), O Cristo Cigano (1961), Livro Sexto (1962, Grande Prémio de Poesia da Sociedade Portuguesa de Escritores), Geografia (1967), Dual (1972), O Nome das Coisas (1977, Prémio Teixeira de Pascoaes), Navegações (1977-82) e Ilhas (1989). Este último voltou a ser publicado em 1996, numa edição de poemas escolhidos acompanhada de fotografias de Daniel Blaufuks. Em 1968, foi publicada uma Antologia e, entre 1990 e 1992, surgiram três volumes da sua Obra Poética. Seguiram-se os títulos Musa (1994) e O Búzio de Cós (1997). Colaborou ainda com Júlio Resende na organização de um livro para a infância e juventude, intitulado Primeiro Livro de Poesia (1993).


Em 2001, foi distinguida com o Prémio Max Jacob de Poesia, num ano em que o prémio foi excepcionalmente alargado a poetas de língua estrangeira.
Em Agosto do mesmo ano, foi lançada a antologia poética Mar. Em Outubro publicou o livro O Colar. Em Dezembro, saiu a obra poética Orpheu e Eurydice, bem como o amor entre Orpheu, símbolo dos poetas, e Eurídice, que a autora recupera num sentido diverso do instaurado pela tradição helénica.